O Blog do Moraes estréia hoje o Almanaque MPJ.
O catálogo da Música Popular Jauense. Todo começo de segunda a coluna traz a história de uma banda, dupla. cantor ou cantora dos anos 50, 60, 70, 80, 90, 2.000 e as atuais.
E a coluna começa lá pela pelo meio dos anos 60.....
ALMANAQUE MPJ - OS TEMÍVEIS
Abertura do Show dos Incríveis |
Os Temíveis foi uma banda dos anos 60 que durou de 1965 a 1.969.
O repertório
na época era basicamente instrumental, influências diretas- Shadows, Ventures,
Os Incríveis, Jordans, etc. e parte vocal Beatles, Rolling Stones e a turma da
jovem guarda e também todo sucesso da época.
Os integrantes da banda de 1.965 a 1.696 foram Ademir Bedollo (Mi) - contrabaixo, José A. Marques – guitarra base, Osvaldo Martins (Vadinho) – guitarra solo, Odair Magrini - bateria e Antonio Carlos Lacerda - cantor.
No ano de
1969, novo rumo na composição do grupo com a saída do Mi e Vadinho e entrada
do Omar Razuk e Toninho (São Carlos). Ambos (Mi e Vadinho), ingressam na Banda
Os Intocáveis. Em 1970 Mi/Zé
Marques/Lacerda resolvem parar com a banda e seguem para São Paulo em busca de
trabalho e estudo.
Show dos Temíveis na FIJA (Odair, Zé, Vadinho e Mi) |
" Curiosidade
durante show Roberto Carlos em inicio de carreira, local Cine Jaú (hoje Banco
Itaú) trouxe consigo um baterista (pra variar não tinha bateria) e atendendo
pedidos do Roberto cedemos nossa bateria para o show. Acontece que a grana era
pouca para comprarmos uma bateria de marca, sendo a nossa de fabricação caseira
feita sob encomenda, com recursos modestos. Simplesmente, o baterista tentou
afinar o instrumento e após o show, nos devolveu semi destruída. Fomos até o
Roberto reinvidicamos e explicamos, e então a resposta: “Nossa bicho! Deixa
comigo.” Até hoje... Hoje apenas
lembranças da época de ouro nossa musica" conta Mi.
Roberto Carlos - Show no Cine Jaú |
Há uns dez anos, o site Vejau publicou uma matéria feita por Paulo Costa, o PC sobre banda dos anos 60. Veja o trecho que PC fala dos Temíveis.
" “Os Temíveis” tiveram passagens fantásticas como, por exemplo, da primeira guitarra importada da história de
nossa cidade que foi comprada no meio de um show, quando apareceu um cidadão
desconhecido empunhando uma VOX italiana oferecendo aos músicos no intervalo no
baile que faziam.
Pegaram todo o cachê que iam receber e ali mesmo deram na mão
do desconhecido que foi embora sem deixar vestígio deixando com eles a tão
famigerada guitarra, que foi usada com muita destreza dali em diante por
Vadinho, inclusive numa lendária apresentação em Marília em 1965 num concurso
de bandas onde haviam mais de 50 bandas do Brasil inteiro (isso em 1965 era uma
coisa astronômica) e onde no ginásio lotado com milhares de pessoas vaiando
muito mas muito mesmo e onde Marília e Tupã tinham que ganhar pois por questões
políticas já estava “tudo certo”, entra Vadinho com os Temíveis (pouco antes de
entrar teve sua guitarra desafinada por sabotagem) e começa um solo de guitarra
tocando cada vez mais rápido e usando técnicas de alavanca que para a época era
uma novidade, quando no meio do solo ele emenda uma música clássica ( Tema de
Lara ) usando uma técnica de vibrato conseguida com palhetadas muito rápidas na
mão direita, a platéia vai quietando, quietando vendo que não há como não
admitir o talento de nosso guitarrista quando então a corda “mi” estoura
furando seu dedo fazendo pingar sangue.
Festival da música Jauense no Cine Jaú |
Vadinho muda p/ a corda “si” e continua
executando o solo em outra região do braço quando o então presidente do JURI
Coronel Fontenele (Homem muito importante e secretário de transportes do
governo Lacerda), levanta e de pé em cima da mesa começa a aplaudir nosso
conterrâneo. A multidão que antes vaiava agora vai a loucura e só volta a
vaiar de novo quando sai o resultado do concurso: Marília em primeiro, Tupã em
segundo e “Os Temíveis” em terceiro.
Foram eles também os primeiros
a usar um pedal de distorção em Jaú, um Gibson que foi adquirido da mesma forma
que a guitarra durante um show. No intervalo, levaram o equipamento do Vadinho
para o camarim, montaram e ficaram loucos ao ver que o tal do Gibson fazia a
guitarra gritar como a dos Stones tocando satisfaction (que foi justamente a
música tocada como teste no camarim), resultado, voltaram do intervalo já com a
distorção montada e começaram a usar ali mesmo.
Havia naquela época muita
rivalidade para ver quem é que tocava melhor e a maior ênfase era para os
guitarristas. “Os Míopes” eram muito bons e tinham três ou quatro números que
faziam como ponto alto para mostrar ao que vieram. Vadinho ia assistir aos
shows quando podia e via Omar Razuk tocar sua guitarra de forma exímia, voltava
pra casa e imediatamente começava a preparar algo que ele considerava melhor,
mais difícil... e preparava!
Evento no Cine Jaú (Odair, Mi, Vadinho e Zé) |
Célebre a frase de Arquimedes,
outro grande músico Jauense que dispensa comentários e que dizia assim: “Nós
íamos para a frente do palco para ver o Vadinho tocar, nós tocávamos guitarra,
mas o Vadinho era “Guitarrista”, o Vadinho era outra “conversa”...”.
As bandas pioneiras do Rock de Jaú se apresentavam muito no Grêmio e no Aero Clube, havia uma rivalidade em tudo isso também, por exemplo, se o Aero contratava “Os Míopes” para tocar, o Grêmio “Os Temíveis” e vice-versa. “Os Míopes” tinham um programa na rádio PRG7 (hoje Rádio jauense), não demorou para que a Piratininga também fizesse o seu e contratasse “Os Temíveis”.
As bandas pioneiras do Rock de Jaú se apresentavam muito no Grêmio e no Aero Clube, havia uma rivalidade em tudo isso também, por exemplo, se o Aero contratava “Os Míopes” para tocar, o Grêmio “Os Temíveis” e vice-versa. “Os Míopes” tinham um programa na rádio PRG7 (hoje Rádio jauense), não demorou para que a Piratininga também fizesse o seu e contratasse “Os Temíveis”.
A fama deles se alastrou e as duas bandas tocavam muito no estado todo, principalmente
em bailes de formatura. O dinheiro tinha um valor mais razoável naquela época e
os cachês eram bons. " (TRECHO EM NEGRITO DA MATÉRIA DO VEJAU FEITA POR PC ROCK)
Sobre
a vida atual dos integrantes, Jose Marques mora em São Paulo; Antonio
Carlos Lacerda em
Campinas; Odair Magrini em Bauru e vive de música até hoje com o Modern
Sound Six; Vadinho é o famoso "Vadinho dos Alto Falantes"e Mi Bedollo se
enveredou para o gênero baile sendo proprietários de bandas como Fly By
Night e Matéria Prima nos anos 90 e 2.000.
Apresentação dos Temíveis no Clube de Campo (Lacerda, Odair, Zé, Vadinho e Mi) |
"No histórico
de nossa vida soma-se tudo, mas nada se iguala a lembrança saudável e
realizadora de subir em um palco e transmitir via emoção e técnica, aquilo que
nasce dentro do coração e dizer com muito orgulho: obrigado Deus pelo dom de ser
musico" (Mi Bedollo)
Que surpresa agradável ler uma matéria sobre a banda do papai!! :-)
ResponderExcluirGostei muito de ler sobre curiosidades das quais eu nem tinha conhecimento. Parabens pela matéria; me emocionou muito ler sobre a historia de Os Temíveis, banda da qual meu pai carrega até hoje o orgulho de ter feito parte. :-)
Oi Thais, que legal que você gostou. Espero que sua familia gostei!!
ResponderExcluirEsse é o meu tio "Zé Marques"... sempre ouvi do meu pai que o Zé tinha uma banda e tal... pensei que não tinha saído da garagem, como a minha banda!
ResponderExcluirlegal saber!
abs
Gustavo Marques