O Blog bate um papo
com Fabiano Cambota, vocalista da banda Pedra Letícia, que se apresentará
sábado no General.
Além da carreira
musical, Fabiano é humorista e percorre o país fazendo Stand-Ups.
Acompanhe o bate-papo
- Fala Fabiano, tudo
bem? Como foi começar tocando rock irreverente no estado das duplas sertanejas
brasileiras?
Talvez tenha sido mais fácil do que parece. Goiânia tem um
cenário musical bastante variado e o rock tem seu espaço garantido. O problema
está com o fato de só exportar a música sertaneja. O resto do país fica com a
impressão de que só se canta em dupla por lá. O fato de fazermos uma música
alegre também ajudou. Nos nossos primeiros shows em bares em Goiânia, apareciam
pessoas de todas as tribos, rock, dance, sertanejo, mauricinho, hippie. Era uma
comunhão. Aliás, ainda é, por onde a gente passa.
- Porque o nome Pedra
Letícia?
Eu poderia lhe dar um milhão de explicações. Eu poderia
enrolar, enrolar e não dizer ao certo. Porque a verdade mesmo é que não há um
significado. A gente deixa pras pessoas bolarem seus próprios motivos. É mais
legal até.
- Como foi a formação
da banda em relação aos integrantes? Começou contigo?
Sim. A banda começou de uma brincadeira despretensiosa. O
Thiago (percussão) está comigo desde o começo e depois fomos agregando pessoas,
a medida que a banda crescia. O mais importante é chamar amigos. Claro que
tocam muito bem, mas acima de tudo é uma excursão de marmanjos fazendo um som.
- Quais são suas
influências no que diz respeito a arranjo e letra. Como pintou a verve para o
humor.
Não foi nada muito pensado. Eu já escrevia crônicas bem
humoradas e foi natural que eu passasse isso pras músicas que estava começando
a escrever. A banda tinha uma intenção mais ácida, mais crítica. Acontece que
nosso jeito de criticar foi arrancando risadas, de uma forma leve, sem ser
boba. Eu acho que pras letras fica mto claro tudo o que li e escutei na vida. O
bom humor inerente às bandas dos anos 80, como Ultraje, Dr. Silvana. Um cinismo
bem humorado que vem dos Beatles, do Legião. E até uma dose de descaramento
popular, que se parece um pouco com Luis Gonzaga. Os arranjos tem participação
de todos da banda, cada um trazendo sua influência.
- Como você vê a cena
musical atual ? E o rock independente do Brasil (aliás a cena independente no
centro-oeste é bem forte né)
Acho, por vezes, contraditória. O Rock não anda bem das
pernas. Anda se repetindo demais, mal organizado. Mas a culpa é de quem faz
rock mesmo. O rock, que outrora era divertido, ficou chato, previsível e mal
humorado. E dentro do cenário do rock, parece que ficou feio fazer sucesso. O
fã do rock tem um tesão especial em dizer que só ele conhece a banda. Se a
banda se destaca, ele diz que ela se vendeu. Um ideal idiota de quem não soube
que os grandes ícones do rock se fizeram nas rádios e não no quintal da casa
dele. E arrisco a dizer que estamos numa entressafra de inspiração rockeira.
Acho, de verdade, que falta organização pra que boas bandas surjam e ideias
aconteçam.
- Que história é essa
de dançarino safado na Itália? Ahaha
Eu morei na Itália e minha vida lá era bem complicada. Fui
pedreiro, garçom, barman. E na dificuldade me arrisquei um passos de dança pra
tirar uma grana. Uma enrolação só. Precisava da grana. Mas não era nada de
safado não. Era uma baladinha bem legal. Eu deixei todo mundo preocupado quando
disse que estava trampando de dançarino, mas de roupa!! kkk
- Como surgiu o
convite para a apresentação em programas de TV como Programa do Jô, Turma do
Didi, etc..
Acredito que a banda
seja sempre uma boa pauta pra TV, pra rádio. A gente pode não ser uma banda
espetacular, mas somos bons de prosa. Rs
- Os shows de
Stand-Up pintaram como e quando?
Assim que me mudei
pra SP, o Rogério Morgado, que é um excelente humorista, me convidou pra tentar
fazer stand up. Achei meio estranho, mas topei tentar. Já se vão mais de dois
anos e ainda to tentando rs . Dei muita sorte de estar no meio de grandes
humoristas e ir aprendendo. Inclusive pra esse cd eu apelei pra ajuda de alguns
humoristas nas letras. O Gus Fernandes e o Danilo Gentili foram parceiros.
- Como surgiu a
parceria com o humorista Danilo Gentilli.
Ele tinha uma pseudo banda com o Rogério Morgado. Me
chamaram pra fazer um show com eles e me mandaram algumas músicas. Entre elas
tinha um esboço de Ela Traiu o Rock n Roll. Não chegava a ser uma música kkkk.
Dei uns tapas e aproveitei a ideia original do Danilo que era muito boa.
- Quais projetos
futuros para a carreira de humorista e
do Pedra.
Estamos com vários projetos. Tenho um show de humor ao lado
do Rogério Vilela (Mundo Canibal) e do Gus Fernandes que se chama Grande
Elenco. E a banda está preparando já um trabalho infantil. Não é nem um
trabalho voltado exclusivamente pra crianças, mas é um sonho da banda ter um
trabalho com essa temática. Músicas do universo infantil, sem serem educativas
ou politicamente corretas. Criança é inteligente, merece respeito.
- O que Jaú pode
esperar do show de sábado. Grande abraço
Estamos voltando a Jaú depois de um tempão. Show novo, disco
novo. Cada show pra gente tem um significado especial. Respeitamos cada pessoas
que se interessa em nos assistir. A gente quer que sejam as duas horas mais
divertidas da vida da pessoa. A gente se diverte muito no palco, e esperamos
que todos se divirtam conosco. Cantando, pulando e dando risada. É rock! E é
divertido!
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