Última parada - Espanha
08 de março – Madrid
Ah, Madrid. Assim como na Itália,
na Espanha encontramos um povo receptivo, parecido com a gente. Está certo, o
espanhol às vezes é um pouco rude, emburrado, mas nada demais. No geral, posso dizer que foi uma cidade que
nos surpreendeu, porque apesar de não ter grandes pontos turísticos, conhecidos
mundialmente, possui um estilo de vida muito próprio e encantador. Chegamos a
Madrid no dia 08 de maço, à noite. O aeroporto de Barajas é imenso – para ir de
uma plataforma a outra existem até mesmo metrôs e ônibus internos. Assim como o de Roma, ele também fica
retirado da cidade, mas você pode chegar aos principais pontos de Madrid com o
metrô (eficiente, limpo e simples, como em Londres).
Ficamos hospedados no
Hostel Las Musas, que fica bem perto da estação Tirso de Molina do metrô. A rua
do hostel é meio estranha, mas ele fica em uma região muito boa. Ao redor,
estão algumas das principais atrações de Madrid. Em cinco minutos caminhando,
por exemplo, é possível chegar à Plaza Puerta Del Sol, praça considerada um
ponto central da cidade, local de encontro de turistas do mundo todo. O hostel
é administrado por argentinos. O preço é bom e também existe um clima
interessante. Apenas não achamos tão limpo quanto os hotéis e hosteis que
encontramos em outras cidades durante a viagem (o nosso banheiro, por exemplo,
não foi limpo nenhuma vez em quatro dias). O mais interessante em Madrid é o
costume que o povo tem de ir para as praças. Como muitos tiram um cochilo a
tarde, não falta disposição para ficarem acordados a noite.
As praças são
bonitas, agradáveis, cheias de bares e restaurantes, que disponibilizam mesas
ao ar livre – é uma delícia sentar nesses locais e tomar uma sangria, bebida
típica, feita com Martini, vinho e frutas tropicais. Como já estávamos
cansados, há um mês caminhando sem parar, em Madrid aproveitamos para diminuir
o ritmo e começar a se preparar pra voltar à realidade. Mesmo assim, passamos
por lugares bonitos. Entre eles, o que mais nos impressionou foi o Parque Del
Retiro. É um lugar imenso, muito arborizado. Fomos dois dias lá à tarde, mas
não conseguimos caminhar por toda a extensão desse parque. Como já estava
terminando o inverno, a temperatura acima de 15 graus, no final de semana o
gramado do parque estava lotado, com muita gente tomando sol, fazendo
piquenique – e alguns casais fazendo algo a mais também.
Neste local existe um
bonito lago, onde é possível alugar um barquinho e passar uma hora remando,
curtindo o lugar. É bacana e barato. Custa cerca de 4 Euros. O que chama a
atenção é que, tanto nesse parque, quanto nas praças pela cidade, existem
muitos artistas de rua. O desemprego está grande no país e, com o grande número
de turistas, cada um se vira com o pode para conseguir uns trocados – pelo
menos não ficam nos intimidando, como os nóias pelas ruas do Brasil.
A melhor
maneira de conhecer Madrid é a pé. O eixo central não é grande e, em dois dias,
dá pra pelo menos passar por todos os pontos, como: Plaza Puerta Del Sol (praça
pequena, sem grandes atrativos, mas que reúne muita gente, bem no coração da
cidade; interessante que bate sol o dia inteiro nesse ponto); Grand Vía (a
principal avenida da cidade, cheia de prédios históricos, completamente
reformados, até com um ar de modernidade; aqui estão lojas de grifes e
escritórios de grandes empresas); Plaza De España (fica perto de uma das
extremidades da Grand Via; é uma praça bonita, com algumas barracas de
artesanato e alimentação; melhor mesmo é o monumento que ela possui, dedicado a
Dom Quixote).
Bem próximo desse local, fica um parque lindo, onde está o Templo
de Dobod (é um templo egípcio, doado ao governo espanhol; acredita-se que ele
tenha mais de três mil anos); Palácio Real (não é um Palácio de Versalhes, mas
é bem grande e atrai atenção de turistas; nós só passamos na frente, não
chegamos a entrar); Plaza Mayor (talvez seja a mais tradicional de Madrid, com
muita gastronomia ao redor; vale a pena se informar sobre a praça, que possui
séculos de história; aqui nessa região é comum comer a tradicional paella –
apesar de saborosa, era um prato meio estranho pra nós, que não estamos
acostumados com frutos do mar); Paseo Del Prado (é uma avenida importante, com
museus e parques ao redor; vale a pena caminhar pelo canteiro, que é uma
verdadeira praça); Caixa Fórum (é um centro cultural de Madrid, com arquitetura
moderna; existe um jardim vertical na frente; fica no Paseo Del Prado); o
Jardim Botânico também fica nessa região e vale a visita (custa cerca de 5
Euros); Estádio Santiago Bernabeu (é o estádio do Real Madrid; foi revitalizado
nos anos 90 e é a casa de um dos times mais tradicionais do mundo; interessante
como utilizam o Kaká como garoto-propaganda – a imagem dele está por todos os
lados, até mais do que do Cristiano Ronaldo; para visitar o estádio, incluindo
arquibancadas, gramado e vestiário, o preço é de 16 Euros).
A vida noturna,
como dissemos, é agitada. Existem muitos bares e baladas legais na região da
Plaza Puerta Del Sol (nós fizemos um tour com o pessoal do hostel; pagamos 10
Euros e fomos em três bares e uma danceteria – sim, lá estava tocando Michel Teló
e todo mundo cantando junto).
Importante dizer que em Madrid foi onde
encontramos um restaurante mais parecido com os nossos aqui do Brasil, com
comida à vontade, estilo self-service. Por 10 Euros, você pode comer à vontade
(para quem estava há um mês sofrendo com comida na Europa, isso foi o
paraíso!). A principal rede desses restaurantes de chama All U Can Eat. Outra
coisa: não se assustem ao entrar em uma lanchonete e ver o pessoal comendo
porras. Lá é normal. Porras são massas fritas, parecidas com o nosso churros.
Eles costumam jogar um pouco de açúcar em cima e comer com leite
achocolatado.
Enfim, aqui estava
chegando ao fim a maior aventura de nossas vidas. O maior investimento pessoal
que poderíamos ter feito. Valeu muito à pena!!! Inesquecível!!! Sem dúvida,
trouxemos uma bagagem cultural para a vida toda!
Queria agradecer ao Paulinho e a Bruna pelos textos da viagem. A coluna foi muito bem sucedida e é uma dica fantástica para quem quer conhecer o Velho Continente. Valeu Valeu!!
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