quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O flamenguista André Galvão fala sobre o ano rubro negro de 1.981



Ontem comemorou-se 30 anos do título mundial do Flamengo. A vitória de 3 x 0 sobre o Liverpool aconteceu no dia 13 de dezembro de 1.981

Ontem mesmo estreou na ESPN um documentário simplesmente fantástico do jornalista Eduardo Monsanto contando a trajetória do Mengo desde os Campeonatos Cariocas de 78, 79 e 80, o Campeonato Brasileiro de 80, a Libertadores de 81 e culminando com o título mundial em dezembro deste ano.

Na verdade, o documentário é resultado do livro que Dudu Monsanto escreveu e lançou no final de novembro. Aproveitou os depoimentos e fez o documentário.



Como gosto de ligar sempre o assunto do blog com alguém de Jaú, bati um papo com o flamenguista André Galvão sobre a fase de ouro rubro negra.



André:


Meu pai foi para o Rio de Janeiro trabalhar na Bolsa de Valores. Lá montou uma corretora e dos 9 filhos que teve com minha mãe, eu fui o terceiro e último a nascer em Jahu, pelas mão do Dr. João Geraldo. O Flamengo apareceu na minha vida nas ruas do Rio de Janeiro. Naquela época todo mundo jogava bola, cada quarteirão tinha uma pelada e um time. Para jogar com a gente o garoto tinha que fazer pelo menos 100 embaixadas com uma bola Dente de Leite. O Flamengo era o time do povo, eu torcia quando jogavam no time Doval, centro avante argentino, Liminha no meio de campo, Merica, Jaime, lá por 1972. 







O documentário começa com o Flamengo chegando em Santiago do Chile para o segundo jogo da final da Libertadores de 81. 

Chile vivia a ditadura sanguinária de Pinochet. Os policiais ameaçavam os jogadores nas ruas, os torcedores nos ônibus. Uma tensão total no campo. Os jogadores desciam o sarrafo nos jogadores do Flamengo, com destaque para  Mario Sotto. Neste jogo, o Cobreloa venceu, deixando a decisão para Montevídeo. 

André:

O grande jogo foi contra o Cobreloa na final, em que o Mário Sotto, que tinha jogado no Palmeiras distribuía pancada nos jogadores do Flamengo além da altitude e com a conveniência do juiz. Carpegiani colocou Anselmo com a única missão: dar um soco na cara do carniceiro Mário Sotto. Em 5 minutos,  Anselmo deu um direto na cara do zagueiro chileno e os dois foram expulsos. Abriu a porteira e o futebol exuberante do Flamengo se impôs sobre a violência dos chilenos. Flamengo campeão da América.






Sobre o Mundial: 






Na final do mundial contra o Liverpool, foi um baile completo, bem diferente dos jogos parelhos de hoje, o Fla colocava na roda. 3x0. 
O time foi se formando a partir de 1974 com o surgimento do Zico. Em 1980, ano em que a equipe do Flamengo se consagra pela primeira vez campeã brasileira. Jogavam Raul, Mozer, Marinho, Júnior, Leandro, Andrade, Adílio, Tita, Nunes e Zico, um dos maiores jogadores do futebol mundial. 




Destaque total para o Coutinho, que vinha da equipe que venceu a Copa de 1970. Ele era o cara, não Capergiani. . A morte prematura de Coutinho pode ter reduzido o poder de vitórias de um dos maiores times que já foi formado no mundo.






Claudio Coutinho formou o time de 81. Foi campeão carioca em 78-79-80, campeão brasileiro de 80 e acabou saindo por questões pessoais. Dino Sani e Carpegiani assumiram o seu lugar na campanha da Libertadores e do Mundial.

Perguntado sobre quanto seria o Flamengo de 81 contra o Barcelona de 2.011?

Foi o melhor clube que vi jogar. Nível Barcelona, sem a grana dos caras. Mas tenho certeza que ganhariam do Barça O Mengo tinha mandinga. 
Seria um jogo parelho, mas acredito que o Flamengo ganharia por 2x1. Jogador por jogador, o Flamengo era mais time e tinha mais ginga.





Não percam o documentário de Eduardo Monsanto - 1.981 - O Ano Rubro Negro que está passando nos canais ESPN. Para quem gosta de futebol, é simplesmente imperdível.

Destaques para a história da final da Libertadores no Chile, a morte de Claudio Coutinho, a deliciosa história do bigode do Peu, a fala de Reinaldo do Atlético/MG sobre a final do Brasileirão de 80, uma história hilária de dois torcedores da Raça Rubro Negra em Cochabamba e os depoimentos emocionantes finais dos jogadores que participaram dos títulos do Mengo. Na verdade, ele é fantástico o tempo inteiro.


O vídeo abaixo não é do documentário mas é bem interessante..





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