O humorista, desenhista, dramaturgo, poeta e jornalista Millôr Fernandez faleceu aos 87 anos no Rio de Janeiro em uma semana de perdas para o país.
Ziraldo explica bem isso: "Quem teve a maior perda fui eu. Primeiro o Chico e agora o Millôr".
O cartunista acima citado trabalhou com Millor no semanal Pasquim. Dos que estão vivos ficou Ziraldo, os jornalistas Sergio Cabral, Sergio Augusto e Ivan Lessa, Jaguar (acabou de completar 80 anos) e os colaboradores Ruy Castro, Rubem Fonseca, Chico Buarque e Odete Lara.
A partir de hoje, Millôr Fernandes entra para o Pasquim do Céu com um baita time que já está lá em cima. Henfil, Paulo Francis, Tarso de Castro, Glauber Rocha, Antonio Callado entre outros.
Millôr foi um dos únicos a não ser preso pela ditadura, conseguindo assim a manter o Pasquim quando os outros membros do jornal estavam presos pelo Golpe Militar. Como editor até 1.971, Millor frustrando bastante a tentativa do militares em acabar com o periódico.
"Fiquem tranquilos os poderosos que têm medo de nós: nenhum humorista atira pra matar. "
A verdade é que a frase de Ziraldo é emblemática para ele e para o Brasil. Após Chico, quem deixa o país é Millôr Fernandes, jornalista com passagens no Cruzeiro, Pasquim, Veja, Jornal do Brasil, escritor com centenas de obras de prosa, poesia, arte visual, teatro, espetáculos musicais e creiam um dos idealizadores do frescobol.
"Meu destino não passa pelo poder, pela religião, por qualquer dessas entidades idiotas. Meu script é original, fui eu quem fez. Por isso não morro no fim".
Clica aqui e curta mais Millor - http://www2.uol.com.br/millor/ (site Millor On Line)
Viva o Pasquim do Céu que conta agora com ele!!!
A época de chumbo foi um momento difícil para todos mas fez vários artistas aflorarem para o país. Chico, Caetano, Gil, Tom Zé, Geraldo Vandré, entre outros músicos fizeram verdadeiras obras-primas em decorrência da censura.
Em 1.969 estreou o Pasquim. O Semanal virou o verdadeiro porta voz contra a repressão militar.
O time do meio-de-comunicação era fantástico, senão veja: Ziraldo, Sergio Cabral, Tarso de Castro, Jaguar, Millor Fernandes, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, entre outros cobras.
O jornal resistiu a ditatura, passou pela abertura política em 1985 e durou até 1.991.
Em 1.999, a equipe tentou voltar as sátiras políticas com a revista Bundas. Mas não teve apelo. Ziraldo tentou revitalizar o Pasquim no século 21, mas sem sucesso também.
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