quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr no Pasquim do Céu

"Claro, sabemos muito bem que VOCÊ, aí de cima, não tem mais como evitar o nascimento e a morte. Mas não pode, pelo menos, melhorar um pouco o intervalo?"





O humorista, desenhista, dramaturgo, poeta e jornalista Millôr Fernandez faleceu aos 87 anos no Rio de Janeiro em uma semana de perdas para o país.

Ziraldo explica bem isso: "Quem teve a maior perda fui eu. Primeiro o Chico e agora o Millôr".

O cartunista acima citado trabalhou com Millor no semanal Pasquim. Dos que estão vivos ficou Ziraldo, os jornalistas Sergio Cabral, Sergio Augusto e Ivan Lessa, Jaguar (acabou de completar 80 anos) e os colaboradores Ruy Castro, Rubem Fonseca, Chico Buarque e Odete Lara.



A partir de hoje, Millôr Fernandes entra para o Pasquim do Céu com um baita time que já está lá em cima. Henfil, Paulo Francis, Tarso de Castro, Glauber Rocha, Antonio Callado entre outros.

Millôr foi um dos únicos a não ser preso pela ditadura, conseguindo assim a manter o Pasquim quando os outros membros do jornal estavam presos pelo Golpe Militar. Como editor até 1.971, Millor frustrando bastante a tentativa do militares em acabar com o periódico.

"Fiquem tranquilos os poderosos que têm medo de nós: nenhum humorista atira pra matar. "


A verdade é que a frase de Ziraldo é emblemática para ele e para o Brasil. Após Chico, quem deixa o país é  Millôr Fernandes, jornalista com passagens no Cruzeiro, Pasquim, Veja, Jornal do Brasil, escritor com centenas de obras de prosa, poesia, arte visual, teatro,  espetáculos musicais e creiam   um dos idealizadores do frescobol.




"Meu destino não passa pelo poder, pela religião, por qualquer dessas entidades idiotas. Meu script é original, fui eu quem fez. Por isso não morro no fim".


Clica aqui e curta mais Millor - http://www2.uol.com.br/millor/ (site Millor On Line)





Viva o Pasquim do Céu que conta agora com ele!!! 



PASQUIM

A época de chumbo foi um momento difícil para todos mas fez vários artistas aflorarem para o país. Chico, Caetano, Gil, Tom Zé, Geraldo Vandré, entre outros músicos fizeram verdadeiras obras-primas em decorrência da censura.

Em 1.969 estreou o Pasquim. O Semanal virou o verdadeiro porta voz contra a repressão militar.

O time do meio-de-comunicação era fantástico, senão veja: Ziraldo, Sergio Cabral, Tarso de Castro, Jaguar, Millor Fernandes, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, entre outros cobras.




Em novembro de 1970 a redação inteira do O Pasquim foi presa . Os militares esperavam que o semanário saísse de circulação e seus leitores perdessem o interesse, mas durante todo o período em que a equipe esteve encarcerada - até fevereiro de 1971 - o Pasquim foi mantido sob a editoria de Millôr Fernandes (que escapara à prisão), com colaborações de Chico Buarque, Antônio Callado, Rubem Fonseca, Odete Lara, Gláuber Rocha e diversos intelectuais cariocas.



O jornal resistiu a ditatura, passou pela abertura política em 1985 e durou até 1.991.

Em 1.999, a equipe tentou voltar as sátiras políticas com a revista Bundas. Mas não teve apelo. Ziraldo tentou revitalizar o Pasquim no século 21, mas sem sucesso também.





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