Após o fim da Expo Jaú, fiquei impressionado com o assédio e a devoção pela nova dupla sertaneja Munhoz e Mariano.
Uma coisa impressionante o fanatismo das meninas com o ídolo musical pop. Não só ele, mas todos: Jorge e Mateus, Michel Telló, Luan Santana, João Bosco e Vinicius, Thiaguinho e assim vai.
Independente do gosto musical, é um ídolo e tem que ter o devido respeito. Mas a questão é.
Quanto tempo eles serão ídolos?
E há mais ou menos cinquenta anos atras, quem estava na crista da onda?
No final dos anos 50 começo da década de 60, a Bossa Nova estava surgindo. Na voz de João Gilberto e Elizeth Cardoso, as composições de Tom Jobim e Vinicius de Moraes permeavam as paradas das rádios e a tv, que estava engatinhando.Em 1.962, Tom e Vinicius fizeram Garota de Ipanema, que se tornou uma das três músicas mais ouvidas do mundo.
A Bossa Nova lançada em 1.958 persiste até hoje.
O estouro dos Beatles inspirou a galera da Jovem Guarda na metade dos anos 60. Liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia e com a participação de Ronnie Von, Jerry Adriane, Vanderlei Cardos entre outros. O sucesso do movimento se deu com o Programa Jovem Guarda que ficou no ar de 1.965 a 1.969.
Os dois maiores expoentes foram Roberto e Erasmo. Roberto Carlos ainda é um dos maiores ídolos pops do Brasil. Os especiais de fim de ano na Vênus Platinada são uma apoteose para o público. Erasmo acabou de completar 50 anos de carreira e está na estrada.
De 1.965 a 1.967, a tv proporcionava outro programa de muito sucesso - O Fino da Bossa, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. O programa alavancou a carreira tornando a dupla, cada um na sua carreira solo como intérpretes, em sucesso nacional.
A Jovem Guarda e o Fino da Bossa era os dois maiores programas de tv musicais e rivais. Os únicos artistas que participavam dos dois programas era Jorge Ben (até hoje fazendo show pelo Brasil) e Wilson Simonal, um dos maiores popstars da década de 60. Rivalizava com os maiores ídolos da época, Roberto Carlos, Elis Regina etc.
Ele era o cara, até cair no ostracismo, sendo acusado de dedo-duro da ditadura e morrer esquecido em 2.000. O documentário Ninguém Sabe o Duro que eu dei de Claudio Manoel conta bem a história do Simonal.
Voltando um pouco a Jovem Guarda, segundo Erasmo Carlos, com o surgimento da Tropicália, a Jovem Guarda sumiu. “A Tropicália era uma Jovem Guarda com consciência das coisas, e nos deixou num branco total”.
A Tropicália veio com uma bomba com Caetano, Gil, Gal, Mutantes e Tom Zé. Dos Mutantes, saiu Rita Lee, uma das maiores compositoras brasileiras. A maior criadora de hits do Brasil desde o final dos anos 60 até os dias de hoje. Tom Zé está na ativa. Gal, uma das maiores cantoras e Caetano e Gil completaram 70 anos na ativa total, gravando disco, fazendo show. Gil foi Ministro da Cultura né. Não precisa falar mais nada.
Um pouco antes ou na mesma época, os Festivais de Música eram a maior audiência da TV. As finais eram comparadas a final da Copa do Mundo. Era uma febre. A disputa era intensa. Mas sadia.
Vários ídolos nacionais dos anos 60 foram revelados em Festivais. Elis (que até a sua morte em 1.982 era considerada a maior cantora do Brasil), Jair Rodrigues, Chico Buarque (não precisa falar nada né), Gil, Caetano, Mutantes e Geraldo Vandré (brutalmente torturado pela ditadura militar). A Censura do governo militar deu uma abafada nos Festivais.
Diante de tudo isso, conclui-se que quatro movimentos musicais mandavam há 50 anos:
A Bossa Nova e a Jovem Guarda que compunham mais popularmente e a Tropicália e a MPB que eram mais engajados politicamente.
Os maiores ídolos dos anos 60 eram Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto Elis Regina, Wilson Simonal, Jair Rodrigues, Jorge Ben, Gal, Gil, Caetano, Chico, Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Vale lembrar que estamos tratando de ídolos pops dos anos 60. Populares.Ídolos que permearam sua música por 50 anos no ouvido do povo brasileiro.
Resta saber se os ídolos de hoje, de Munhoz e Mariano e João Bosco e Vinicius conseguirão essa proeza.
E não se trata de torcida contra não. Pode acontecer.
Porém, acho difícil....
observações: Provavelmete esquecemos de alguém e mais para frente faremos um paralelo dos ídolos dos anos 70, 80 e 90 com os ídolos de hoje.
realmente, também não sei se essas letras atuais que se diz ser músicas, vão persistir. Penso que não. Um bom exemplo de música podemos citar o rei Roberto Carlos, pois este se eternizou, ser ouvido por várias gerações, por meio século, não é pra qualquer um não.
ResponderExcluir