Um mês na Europa
Parada - Itália
05 de março – Veneza
Mais um trem noturno e chegamos à
romântica Veneza. Se é que ela cheira mal, como dizem, nós não sentimos nada.
Talvez porque ainda era inverno. Sensível a diferença já na chegada, no que diz
respeito ao povo. Gente falante, que fala com as mãos, dá risada... Tudo mais
próximo de nós. Não é difícil perceber que, de fato, muitos de nós vieram de
lá. Para irmos da estação de trem até o hotel, pegamos um vaporetto (para eles,
é um ônibus circular – mas na verdade é um barco que você pega e ele vai
parando de ponto em ponto ao longo do maior canal que corta a cidade). O preço
desse transporte é caro: mais ou menos uns 6 Euros a cada viagem. Mas nós
usamos pouco, porque ficamos hospedados bem perto da Piazza São Marcos, que é o
principal ponto turístico de Veneza. O hotel se chama Ai di Mori.
Olhando de
fora, era estranho, porque o prédio é muito antigo – aliás, como tudo na
cidade. Agora, por dentro, o hotelzinho é todo reformado, limpo e o atendimento
é caseiro, com a Dona Antonella. Uma simpatia! A diária para dois saiu por
volta de 50 Euros. Logo no primeiro dia, andamos pela Praça São Marcos, que tem
uma igreja incrível, com entrada gratuita. Também nessa praça existe a Torre do
Campanário, que é o ponto mais alto da cidade. Vale a pena esperar um pouco na
fila pra subir – são cobrados cerca de 7 Euros, mas a vista é maravilhosa.
Do
alto, dá pra ter uma idéia real do que é a cidade. São várias ilhas, com canais
e infinitas vielas, que se transformam em verdadeiros labirintos. Um charme!
Nessa praça, já dá pra encontrar um tradicional gelatto, o sorvete italiano,
que é sensacional. Almoçamos uma também tradicional pasta, porque por mais que
as avós brasileiras tentem, ninguém faz massa com as italianas. O que mais se
vê nos pequenos canais são as gôndolas, que talvez sejam o que mais representa
Veneza. Elas são todas iguais, muito bonitas, e os gondoleiros normalmente
ficam com roupa parecida, um chapéu típico... O problema é que eles exploram
nos preços. Em geral, cobram 80 Euros por uma volta que pode durar de 30 a 40 minutos – acho que
cabem até quatro pessoas.
Quando o movimento na cidade é grande, chegam a
cobrar mais de 100 Euros. Isso, exatamente como os vendedores que exploram
turistas nas praias do nordeste brasileiro. Como no dia em que fomos o
movimento não era tão grande, valeu ter negociado: demonstramos que não
tínhamos interesse e pro fim o passeio saiu por 60 Euros (ainda assim bem
caro). Vale um aparte: foi nas gôndolas
que ficamos noivos, depois de cinco anos de namoro! Voltando ao roteiro, a
cidade tem um ponto muito conhecido, que é o entorno da Ponte do Rialto, a mais
antiga de Veneza. A partir da Praça São Marcos, é possível ir a pé pelas vielas
da cidade. Aliás, é muito bom caminhar pelas pequenas ruas, curtindo esse clima
antigo que Veneza tem. Já no segundo dia, iríamos embora no final da tarde, de
trem, para Roma. Então, decidimos por um programa mais tranqüilo. Fomos de
vaporetto até a ilha de Murano, onde existem as tradicionais fábricas de Vidro.
Muito bonito o trabalho artesanal, feito como há séculos. Para ir até lá, basta
pegar o vaporetto na estação Zaccaria, que fica ao lado da Praça São Marcos.
Depois disso, voltamos, caminhamos mais um pouco pela cidade, e fomos pra
estação de trem... Roma que nos espere!
07 de março – Roma
Fomos até Roma em um trem de alta
velocidade, o EuroStar. É a mesma empresa que faz o trecho entre Londres e
Paris, por baixo do Canal da Mancha. Uma tela no corredor do trem indicava a
velocidade máxima: 236 km/h !
(quase igual à nossa sucateada malha ferroviária... lamentável).
Como chegamos
à noite, ficamos no Hotel Giorgina, que fica a duas quadras da estação. O ponto
fraco do hotel era o banheiro. Em compensação, era oferecido um belo café da
manhã.
Pela primeira vez na viagem, encontramos comida com fartura, como aqui
no Brasil. No primeiro dia, já de manhã, fomos ao ponto principal: o Coliseo.
Difícil descrever... Magnífico, histórico, impressionante... Como construíram
aquilo há quase dois mil anos? Loucura! E tudo muito bem preservado. O que nos
chamou a atenção é que pensávamos existir apenas o Coliseo como grande memória
do Império Romano, mas na verdade existem ruínas em todo o entorno do Coliseo.
São o Palatino, o Circo Massimos, o Foro Romano. Tudo muito bonito.
Com um
único ingresso, a gente teve acesso a toda essa região. Custou pouco mais de 10
Euros. Andamos muito nessa região. No almoço, muita massa, vinho deliciosamente
saboroso e barato.
À tarde, fomos até a Fontana de Trevi, um dos pontos mais
freqüentados por turistas. Realmente, é muito bonita. Lá é tradicional tomar um
gelatto e nós acompanhamos a tradição. O pessoal também costuma jogar uma
moedinha na fonte. Dizem que quem faz isso, um dia volta a Roma. Por garantia,
jogamos uma cada um! À noite, macarrão, pizza, e mais vinho! No segundo e
último dia em Roma, um problema: deixaríamos a cidade de avião com destino a
Madrid e, em vôos internacionais, é preciso chegar com antecedência. Então,
tivemos pouco mais de meio dia.
Aproveitamos para ir até o Vaticano. A Basílica
de São Pedro tem história e requinte em cada canto. Obras de Michelangelo estão
por todos os lados. Na capela do santíssimo não é permitido fotografar: “only
to pray”, diz o segurança. Mas vale muito a pena entrar, deixar baixar a
adrenalina da viagem, e rezar um pouco. O ambiente lá dentro é fantástico. Não
sei, mas um sentimento muito bom toma conta da gente quando entramos nesse
lugar.
Bom, no subsolo da basílica estão sepultados muitos papas. Também é
possível subir na cúpula da igreja, mas nós não fomos. Faltou dinheiro e tempo
pra isso – a fila estava grande. O museu do Vaticano também dizem ser
maravilhoso.
Ao final da visita, o visitante passa pela Capela Cistina. Mas nós
só vimos de fora, justamente por conta do horário apertado. Uma visita mais
calma ao Vaticano fica para a próxima oportunidade. Era hora de embarcar no
avião e partir para nosso destino: Madrid. Pegamos o avião no aeroporto
Fiumicino. Ele fica longe da cidade e é necessário ir de trem. Deve dar mais de
meia hora de viagem.
Espanha vamos nós....
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