quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A Festa Pagã por Fabio Baraldi



Fabio Baraldi nos dá mais uma aula com seus artigos. E o tema da vez não poderia ser diferente - Carnaval
A FESTA PAGÃ -  Fabio Baraldi


Finalmente o Carnaval! A festa pagã em todas as cores, jeitos e sabores. Diversão garantida para milhões em festas, desfiles, orgias e salões. Esquece-se de tudo, esquece-se do mundo! Mas lembra-se também! Protesta-se por diversão! Contesta-se o preço da gasolina, o salário baixo, a falta de vaga na escola, a luta por moradia e até o mensalão! A diferença é que em alguns lugares tudo acaba em pizza e no Carnaval acaba em muito álcool e nudez!

Mas será que todos sabem o que é o Carnaval e o que ele representa de verdade? Não sou nenhum especialista, mas fazendo uma pesquisa rápida na internet encontramos muitas informações:
O carnaval é um fenômeno social anterior à era cristã. Na antiguidade, o carnaval era uma prática que ocorria em várias civilizações. No Egito, na Grécia e em Roma, as pessoas de diversas classes sociais se reuniam para beber, dançar, cantar e se entregar as mais diversas libertinagens (Acho que não mudou muito).
Carnaval na Roma Antiga

O Carnaval Pagão começa quando Pisistráto oficializa o culto a Dioniso na Grécia, no século VII A.C. e termina quando a Igreja adota, oficialmente, o carnaval em 590 D.C. Estratégia do clérigo para não causar mal estar entre os fiéis, que já naquela época adoravam uma farrinha carnavalesca.

Origem do Carnaval
Mas há uma grande diferença entre o carnaval da antiguidade e o moderno.  Era o fato de que as pessoas participavam das festas em adoração aos deuses. O carnaval era de certa forma uma prática religiosa relacionada à fertilidade do solo. Os “foliões” comemoravam a boa colheita, o retorno da primavera e a benevolência dos deuses.
Bom, se a diferença é essa, e na antiguidade o carnaval era para adorar os deuses, então a quem os carnavalescos modernos estão adorando? Diabos, não entendi muito bem essa parte.

Com a hegemonia do cristianismo a partir do século IV de nossa era, várias tradições consideradas pagãs foram combatidas. No entanto, a Igreja foi forçada a aceitar certos costumes pagãos, para que se evitassem maiores problemas. O carnaval acabou sendo permitido.
Veja bem! Isso não lembra os campos do Poder! Você pode até ser presidente, senador, deputado, mas vai ter que aceitar certos costumes pagãos para governar com mais tranquilidade. Mais ou menos isso o que aconteceu!
Na Idade Média, o carnaval passou a ser chamado de “Festa dos Loucos”, pois o folião perdia completamente sua identidade cristã e se apegava aos costumes pagãos.
Carnaval na Idade Média
Ou seja, tomava todas, fazia coisas do arco da velha e depois de quatro dias nem lembrava mais o que tinha acontecido. Será que ainda estamos na Idade Média?
Na “Festa dos Loucos”, tudo passava a ser permitido, todos os constrangimentos sociais e religiosos eram abolidos. Disfarçados com fantasias que preservavam o anonimato, os “cristãos não convertidos” se entregavam a várias licenciosidades, que eram, geralmente, associadas à veneração aos deuses pagãos.
Parece que a galera na Idade Média soltava a franga mesmo!
Com a chegada da Idade Moderna, a “Festa dos Loucos” se espalhou pelo mundo afora, chegando ao Brasil, ao que tudo indica, no início do século XVII. “Trazido pelos portugueses, o se transformaria na maior manifestação popular do mundo e numa das maiores adorações aos deuses pagãos do planeta.”(mídia Independente, O Carnaval).


                                                 
VEJAMOS O QUE ELES DIZEM SOBRE O CARNAVAL




O carnaval é nossa loucura grandiosa. Como pode o mundo achar o carnaval uma exótica suruba, este mundo irracional de bombas contra bombas ? É melhor entender o Brasil através do carnaval, do que ver o carnaval como um desvio da razão. O carnaval nos vê. O carnaval mostra que o Brasil tem outra forma de 'seriedade', mais alta que a gravidade do mundo anglo-saxão. O carnaval mostra a matéria de que somos feitos, por baixo dessa mímica de 'ocidente' que o Brasil tenta, há quatro séculos. Há uma certa 'orientalidade africana' em nossa vida. A África e os índios nos salvaram, assim como salvaram os USA. Que seria da América sem o jazz? Seria um pais branco-azedo, cheio de 'wasps' tristes. Nosso carnaval mostra que o inconsciente brasileiro está à flor da carne. Quanto mais civilizado o país, mais fundo o recalque. Talvez o carnaval seja uma doença salvadora, e não pode ser confundido com esculhambação ou anarquia. Desordeira é nossa política suja, desordem é o nojento egoísmo das classes dirigentes, ultimamente apavoradas com a violência que poderiam ter evitado, 30 anos atrás. Pelo contrário, há um desejo de ordem no carnaval, como a busca de uma civilização 'não civilizada', de um retorno a uma animalidade perdida e, no entanto, pulsante.(Arnaldo Jabor)

“O carnaval do Rio é o carnaval da beleza. E, diferente do que os críticos gostam de dizer, um ano nunca é igual ao que passou." (Caetano Veloso).

"O povo toma pileques de ilusão com futebol e carnaval. São estas as suas duas fontes de sonho." (Carlos Drummond de Andrade).

“Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval”. (Vinicius de Moraes).

“A escola de samba com seu enredo, o formato do espetáculo, é a síntese de todos os signos da vida cultural brasileira. Ela consegue se manter porque se transforma”. (Haroldo Costa).
DIVERSÃO COM RESPONSABILIDADE

Sem maiores divagações sobre outras questões culturais e políticas sobre o carnaval, esperamos que os adeptos e simpatizantes aproveitem a festa com um mínimo de responsabilidade. Principalmente porque no Brasil a única certeza que existe é que todo ano haverá carnaval, então sejamos prudentes para aproveitar o máximo de anos possíveis. E se beber, por favor, não dirija. Cuidado com a AIDS também, não se esqueça de que a doença continua a espreita. Use camisinha!
Bom Carnaval!


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