quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jaú - 158 por Fabio Baraldi

                                                                                                                                         


Sou desta terra. Desse chão arroxeado, cheio de riquezas e tão mal tratado. Sou desse mar de verde. Verde esperança? Tão pouca. Desse verde cana, que leva a alma morena desse solo cheio de vida. Sou dessa terra esquecida na mão de poucos que mandam e desmandam  no chão da nossa história. Aqui pisar é mais caro.


                                                     


Sou de Jaú. Terra de um aviador herói. João de Barros. Um pássaro que cruzou o azul de lado a lado, para cair nos braços de sua gente. Herói e esquecido. Imêmore pelo seu próprio povo. Não só pelos de sua casa natal, como todo resto deste país tropical. Sua façanha grandiosa é um passado distante, lembrado de tempos em tempos por algum louco jauense viajante. Abençoada loucura. Afinal, foram os loucos que conquistaram e colonizaram esse planeta.

Sou de Jaú. Das águas barrentas do seu ribeirão que serpenteia e divide a cidade ao meio. Um rio que quase morto ressurgiu, como se despertasse de um coma profundo. Mas agora, enfim ele respira e de olhos abertos contempla o progresso desordenado da cidade. 









                                                   
Sou de Jaú das mulheres mais belas e fortes desse sertão bandeirante. Não há terra mais fértil em beleza que esta, em todo Brasil. Mulheres de fibra e valor. Companheiras leais, guerreiras da doçura e do amor. 


                                                                    
Sou de Jaú. Sou das vitórias do Galo da Comarca. Hoje esquecido em algum lugar na terceira divisão. Mas que um dia foi feroz e destemido, desde o Arthur Simões ao Jausão. Hoje só vejo arquibancadas vazias, concreto e fantasmas. Lembranças de um tempo que talvez não volte mais.


Sou de Jaú das belezas e das tristezas, dos mandos e desmandos. Jaú das guerras frias na política. Jaú dos velhos paradigmas que nunca mudam. Apenas trocam de mãos.


Foto de Vicente João Pedro



Um comentário:

  1. Adorei!!! Texto em homenagem a nossa cidade amada, riquissíma expressão de sentimento de um cidadão jauense...nossa terra tão querida!! Parabéns Fábio pela criação amigo...bjo....

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