O Blog entrevista hoje o músico Rafael Giannini. Rafael fala da sua carreira musical, dos Patrões, da saída do Spilari da banda e a nova fase com o novo vocalista
Fala Rafa, tudo bem? Todo mundo sabe que quando você nasceu a música já estava na sua vida por causa da influência do seu pai. Mas quando a vontade de ser músico despertou para ti?
Fala Mora, meu velho amigo! Meu pai sempre tocava violão e cantava em casa, nas festinhas, churrascos, etc... eu via todo mundo cantando junto, se divertindo e fiquei com vontade de aprender aquilo Tb, um trabalho em que vc se diverte e diverte as pessoas !! só alegria!! Mas com o tempo eu me dei conta de q pra chegar lá , teria q trabalhar bastante!! Isso mesmo, trabalhar! Pois ao contrário do que muita gente pensa, música é trabalho!! E dos mais árduos!!
Faça um breve histórico das bandas que você passou?
Eu comecei bem cedo, tinha 11 anos qdo fiz o primeiro show!! Foi com uma banda chamada Tribunal de Justiça(!!). Depois formei o Contra Tempo , em 1989 , banda que durou até 1993.
No ano seguinte, formamos o The Jack, a primeira banda com uma proposta mais “profissional”. Com essa banda tivemos pela primeira vez o contato com equipamentos de som de qualidade, nosso primeiro show na capital, abrimos shows pra bandas consagradas como Raimundos, Little Quail entre outras... O The Jack acabou quando eu e o Guto Campana, meu parceiro de banda na época, fomos pros EUA comprar equipamentos e conhecer as raízes do Rock n´ Roll, uma experiência incrível!! Voltando de lá, começamos a fazer um som com o Spilari, que também estava sem banda e achamos que rolou uma química bacana entre a galera. Quando o primeiro convite pintou pra tocar ao vivo , tínhamos q batizar a banda pra sair no cartaz, rádio, etc...foi aí q pintou o nome Os Patrões... e o resto é história...rs
Você começou a tocar ainda na década de 80. Como era a cena musical da cidade na década de 80, passando pelo os anos 90 e passando para os dias atuais
Quando eu comecei, a estrutura aqui em jaú e região era muito precária, a produção ( som , iluminação, palco) era muito pobre, porém a galera daqui era bem fiel, o público comparecia em peso aos poucos shows de rock que rolavam... Isso foi melhorando num ritmo lento ao passar dos anos, até o meio da década de 90. Foi no fim dessa década, já no começo dos Patrões que eu acho que a cidade acordou pro rock n roll e esse movimento foi tomando força na virada do século. Hoje, com a febre da música “universitária” rs, eu acredito que o rock tenha deixado de ser “moda”. Mas o público do rock é e sempre foi o mais fiel!! Por esse motivo é que o rock sobrevive e bem!
A banda Os Patrões é considerada um divisor de águas na retomada do rock na cidade a partir da estourada da banda em 1.998. Você concorda? Vocês perceberam essa efervescência?
Cara, sem falsa modéstia, eu concordo sim. Como eu já disse na resposta anterior, as pessoas, as casas noturnas, agências de shows, acordaram pro rock depois das primeiras apresentações dos Patrões, várias bandas surgiram depois disso, bares temáticos apareceram na cidade e a gente passou a tocar não só em Jaú, mas no estado todo e depois até em capitais país afora. Chegamos a fazer 15 shows num só mês!! Foi uma surpresa muito agradável!! O rock n roll finalmente teve o espaço q sempre mereceu!
Qual a diferença musical do Nossos Métodos, Cobaia e do terceiro disco que estava sendo produzido?
O Nossos Métodos foi gravado no Rio de Janeiro, num estúdio maravilhoso, numa cidade maravilhosa e a banda estava numa fase muito bacana. Eu acho q o disco ficou visceral, simples e direto. Baixo , guitarra e batera . O Cobaia eu já acho q foi um pouco mais “ produzido”, usamos instrumentos diferentes como acordeão, piano, violão de 12 cordas, hammond, entre outros... Eu adoro este disco (à venda até hoje nos USA, Europa e parte da Ásia), mas acho que ele perdeu um pouco da “crueza” do primeiro, característica marcante da banda. Já o terceiro, gravado em São Paulo , seria uma “mistura” dos dois primeiros! É mais pesado e cru, porém melhor gravado, melhor produzido...Mas...
Nesses dias, a cidade foi surpreendida com a mudança de integrante da banda. Rafa, fale sobre a saída do Spilari dos Patrões.
Foi uma surpresa pra gente também, afinal estávamos com um disco na boca do forno, shows agendados...Mas, ele resolveu seguir um caminho diferente do nosso e achou melhor deixar a banda de lado pra seguir seu novo rumo. Sempre converso com ele e tá tudo numa boa. Desejamos o melhor pra ele e sua família assim como tenho certeza q ele deseja o melhor pros Patrões!
Quem será o novo vocalista?
Assim como ficamos surpresos com a saída do Spy, ficamos extremamentes surpresos com o novo baixista/vocalista! O Calango é um cara muuuito bacana, um excelente músico, muito dedicado, super “profissa”!!! Estamos muito empolgados com a nova formação, os primeiros shows foram beeem legais e estamos ansiosos pra mostrar a nova cara pra todo mundo!!
Como será a nova fase da banda com o novo vocal em termos de sonoridade e repertório?
A gente continua com bastante coisa do antigo repertório, eu já cantava bastante nos shows e o Calango também trouxe várias idéias bacanas. Ele tem uma pegada diferente do Spy, ele vem de uma escola mais Chili Peppers, Sublime mas também adora Beatles, Kiss, Nirvana.... Particularmente, eu estou adorando o repertório!
O material autoral produzido e que seria lançado será aproveitado? Como fica a pegada autoral da banda?
Estamos testando algumas músicas desse disco com a minha voz e a voz do Calango. Acredito q vamos aproveitar alguma coisa , mesmo porque eu tinha gravado 3 canções em inglês, onde canto e toco baixo. Quanto a pegada autoral, só o tempo vai dizer... mas acredito q vai ficar bem legal!
Rafa, assistiu a quarta edição do Rock in Rio? O que achou?
Eu acompanhei boa parte do festival e achei muito bacana, até bandas que não me chamavam a atenção surpreenderam!! Os artistas nacionais finalmente tiveram o mesmo espaço dos “gringos”, com direito a iluminação, som e produção de primeiro mundo. O palco Sunset foi fantástico também, vi Mutantes, Arnaldo Antunes e outros grandes artistas fazendo shows inesquecíveis ali!
Mas o que mais me impressionou mesmo foi o Motorhead!! Eles transformaram a cidade do rock num imenso boteco de rock n’ roll!!! Demais!!!!
Valeu Mora!! Estamos ansiosos pra toda a galera conhecer essa nova banda!! Estamos muito empolgados e dispostos a trabalhar bastante!!! Os Patrões não podem e não vão parar!! Grande abraço!! Até!!
JOGO RÁPIDO
- Nome: Rafael Catelli Giannini
- Idade: 36 anos
- Primeiro show que tocou: com a banda Tribunal de Justiça – Praça Tancredo Neves, 1987
- Show inesquecível que viu: Paul Mccartney
- Show inesquecível que tocou: final do Festival Transamérica no DirecTv Music Hall, em São Paulo: vencemos o Festival, disputado com 673 bandas de todo o país.
- Artista do Brasil e do Mundo:
No Brasil – Raul Seixas
- Música preferida: What´s on your mind – Ace Frehley
- Música preferida de Jaú: Música # 6 – Os Patrões
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