quarta-feira, 10 de março de 2010

JOÃO KURK

Olá amigos, hj faremos a primeira entrevista do Blog.

O primeiro entrevistado é o músico João Kurk que se apresentará neste sábado com a banda Rockstock no General.

ENTREVISTA

E ai João, td bem? Qual foi a primeira formação de uma banda sua? Qual era o repertório?


A primeira formação foi com o pessoal da escola mais alguns conhecidos. A banda se chamava “ The Islandres” .



Eu no vocal, Gerson Abbate nos vocais e guitarra, Paolo Battaglia nos vocais e baixo, Léo Suzuki nos vocais e gutarra solo, Roberto Lazzarini no teclado e Joaquim Correa na bateria. O repertório tem muito do que tocamos hoje: Rolling Stones, Beatles, Steppenwolf, Procol Harum, Johnny Rivers, Grand Funk Railroad, Cream, Led, etc… nos bailinhos rolavam Bee Gees ( aquela fase inicial ) que era pra dançar coladinho. heheheh

Você foi vocalista do Terreno Baldio. Nós temos a impressão de que o rock brasileiro na década de 70 era tido como lado B. Qual a sua impressão disso, como foi essa fase e qual era o real cenário do rock na década de 70?

Não é que era considerado lado B. Havia um esboço do rock brasileiro, mas o Terreno Baldio fazia rock progressivo, que era " diferente ". A situação era que a bossa nova estava com tudo na mídia. E era um tipo de música que envolvia todo mundo. Tudo girava em torno da bossa nova. Com isso o rock ficou em segundo plano. Como hoje.

O cenário do rock ainda fica em segundo plano. Só que ao invés da MPB, ( que agora está obscurecida ), a mídia aposta nos sertanejos e pagodes.

O rock continua e continuará. Mesmo que não haja suporte da mídia. Ele corre por fora, entende ?

Você tocou rock em plena ditadura militar. Como foi?

Não foi nada demais... heheheh Os militares não gostavam e não entendiam nada de rock. Na minha opinião, acredito que eles achavam que éramos um monte de hippies maconheiros e tomadores de chá de cogumelo. Aparentemente não seríamos uma ameaça ao regime.

Eles estavam mais preocupados com as letras das músicas da MPB e com as apresentações teatrais, que eram muito mais contundentes.

http://www.youtube.com/watch?v=joId4Mdf3Gs

Por outro lado, era difícil fazer shows ao ar livre, porque as concentrações de pessoas eram proibidas. Geralmente fazíamos shows em clubes ou teatros.

Porque o Terreno Baldio chegou ao fim? Foram os Anos 80 que deu contribuição para isso?

Não só o Terreno Baldio. A música ao vivo perdeu todo o espaço com a chegada da Disco Music. Em todos os lugares onde havia musica ao vivo, foi colocado um “player” de fita cassete, e... lá vamos nós!!!! Com isso, os Mutantes, Som Nosso, Terço, Novos Baianos, bom, todos pararam de tocar. Acredito que aí foi o final de uma era.

Como um músico que vivia de músicas próprias acabou virando um dos ícones de banda de classick rock?

Eu não vivia da música naquela época. Eu fazia faculdade de Adm. de Empresas e trabalhava em uma multinacional do ramo farmacêutico. Eu era “normal” hahahahah.

Bem no começo dos anos 80, fui chamado pelo Egídio Conde para entrar num grupo vocal que ele havia montado com o Osvaldinho (Premeditando o Breque) e com o Conrado Ruiz.

http://www.youtube.com/watch?v=AxhWZbIZGgw

Compusemos 12 músicas mas não conseguimos gravadora para lançar. Na época não havia condições de se fazer algum trabalho “independente”. Era uma fortuna.



Após isso, fiquei cerca de um ano e meio sem tocar., quando recebi um telefonema do Egidio Conde, para conhecer o Rock Memory. Alguns meses depois, fazia parte da banda, onde fiquei por uns 10 anos.

http://http//www.youtube.com/watch?v=sHDu1bWLsoM

Durante esse período, fiquei muito conhecido no mundo do “cover”. A banda cresceu muito ao ponto de eu ter que decidir entre continuar a minha carreira executiva ou me tornar um músico profissinal.

Deu no que deu, né..?

Você gosta dos novos sons? O que você está ouvindo atualmente?

Eu costumo dizer que a música é como comida. E como eu gosto de experimentar novos pratos e descobrir novos sabores, faço isso com a música também... hehehh

Às vezes, entro no site da Amazon e fico xeretando os novos lançamentos em diversos estilos, para ouvir o que há de novo. Gosto muito do Coldplay, Corinne Bailey Rae, o novo álbum do Pearl Jam está fantástico, curto muito Darius Rucker, Nicole Willis, a cantora francesa Camille e ouço bastante a nova música flamenca da Montse Cortes.

http://www.youtube.com/watch?v=V7ryxk41HtI&feature=fvst

http://www.youtube.com/watch?v=JSOxd5vmxCg

Na música brasileira, ouço bastante a cantora Céu. Gosto muito desse trabalho dela.

http://www.youtube.com/watch?v=aA6ome0TWd4

Você toca no General desde 2.003, primeiro com o Rockover, depois Duobird e atualmente Rockstock? Jaú é uma cidade roqueira? Qual foi a primeira impressão sua da cidade?

Não me faça perguntas difíceis, né...?

Jaú é uma cidade muito interessante. Explico porque: Em todas as cidades que eu conheço, o público é muito de moda, ou seja, se está na moda o sertanejo, é sertanejo. Se a moda é pagode, então é pagode e assim por diante. Nesse universo, existem os que gostam de rock. É isso que difere Jaú das outras. O pessoal que curte rock em Jaú é bem maior que das outras cidades. Melhor que isso, entendem de rock. Posso perceber nitidamente a diferença da reação do público quando tocamos um rock “lado B” em outras cidades em comparação à Jaú.

Quais são os projetos futuros do Rockstock?

Os projetos são muitos. Todos rodando separadamente. A banda é relativamente nova. Tem menos de dois anos de vida, e já somos considerados como banda "grande".

Como qualquer banda cover, temos a intenção de crescer bastante. Muito mesmo. Ampliar os horizontes de forma radical. Outros projetos estão em vias de se concretizar, mas não posso comentar ainda.

BATE BOLA RÁPIDO

- Nome: João Carlos Kurkjian
- Idade: 59
- Banda preferida: Tenho uma lista interminável Só para constar: Gentle Giant
- Música preferida: Todas que eu gosto.
- Show inesquecível que viu: Jethro Tull
- Show inesquecível que tocou: Estádio da Gávea no RJ – Público estimado em 25.000 pessoas

3 comentários:

  1. parabens pela entrevita mora.... show de bola a entrevista. Menos a matéria do Santos. Pega o time do CCJ que dá mais graça... ahhaha..
    abraço
    tuma

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  2. Esse é o bom e velho Kurk!
    sacudiu a gurizada no Psicodalia de Ano Novo com o Terreno Baldio. Agora fiquei na expectativa de conferir o som do rockstock!

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  3. excelente entrevista com um dos astros mais carismáticos do rock brasileiro!
    um dos shows mais inesquecíveis que já ví - dentre tantos - foi justamente o que o "mjg" comentou, o do Psicodália.
    vida longa ao mestre Kurk.
    enfim, ótimo trabalho. parabéns!

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