quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Blog entrevista Theodoro Reis


     "Estamos muito felizes de fazer a estreia no interior “em casa”. Não poderia ser mais apropriado para o projeto: os filhos tocando as músicas do pai na cidade do avô."




O Blog tem o prazer de conversar com o músico Theodoro Reis. Theo, juntamente com o seu irmão Sebá Reis, formam o 2 REIS que tocam composições do pai, que é nada mais nada menos que  Nando Reis.

Os 2 Reis e o próprio Nando tem uma forte ligação com nossa cidade uma vez que a Família Gomes dos Reis, seus avôs paternos são nascidos aqui em Jaú.




Acompanhe o bate papo com Theodoro Reis:

Fala Theo, tudo bem? Provavelmente a música sempre caminhou contigo, mas quando ela realmente despertou para ti como um meio de vida, para sair na estrada tocando?

Olá Wilson e amigos do blog! Bom, desde criança sempre tive o hábito de acompanhar meu pai nos shows dos Titãs, viajava com ele em algumas turnês e acompanhava as apresentações ao lado do palco. Em casa eu gostava de brincar de banda com os amigos, colocava um disco pra tocar e fazíamos playback fingindo que as vassouras eram guitarras. Então a música sempre esteve pra mim como um caminho possível e instigante, mas acho que foi na adolescência que comecei a abrir minha trilha. É um caminho árduo em termos profissionais e financeiros, bastante difícil e um tanto quanto incerto. Mas certas coisas na vida não fazemos por uma opção racional e sim por uma necessidade de dar vazão a alma e vivenciar a plenamente a vida. Pra mim a música está nesse campo.


Antes do  2 Reis, quais foram os projetos com banda que você já teve?



Cheguei a ter algumas bandas de curta duração na escola, era mais uma brincadeira de inventar músicas do que propriamente um trabalho de compor, arranjar e ensaiar seriamente. Depois, no ensino médio, formei o Zafenate, conjunto que mistura reggae, rock e rap e que está na ativa até hoje. Em 2011 lançamos um disco e ficamos trabalhando ele até o ano passado. Nesse momento estamos tirando um período sabático enquanto tocamos outras frentes. Tenho também um trabalho voltado para músicas infantis e folclóricas com o Trio Rapadura.

Já teve algum projeto com o irmão Sebastião?



Não. Essa é a primeira vez que a gente toca uma empreitada dessa magnitude juntos.

Como e porque foi concebido o 2 Reis? Partiu de quem a idéia?

Desde que meu irmão voltou a tocar violão ha uns dois anos atrás, ele começou a aprender muitas músicas do meu pai, e eu que até tento mas não toco muito, me juntei a ele cantando. Com o tempo começamos a acompanhar meu pai em algumas apresentações fazendo sempre uma participação em duas ou três músicas durante o show. Daí no começo desse ano foi que eu propus ao Sebastião que montássemos uma banda pra tocar aquelas músicas de meu pai que a gente gosta mas que ele não toca nos shows. Pois ele tem muitas composições e nunca cabem todas em um set list.



Como ocorreu a formação dos integrantes da  banda que acompanha vocês dois?

Assim que decidimos por tocar o projeto fomos atrás dos amigos que são músicos e que estavam na disposição de encarar esse desafio. O guitarrista é o Guizibi, que toca no Pizza Punk, estudou na mesma escola que a gente e é amigo de longa data da minha irmã Sophia, eles inclusive tinham uma banda juntos. O baixo quem toca é o Gariba, baixista do Filhos da Terra, banda de reggae do Taboão da Serra parceira de longa data do Zafenate. O tecladista é o Pedro, que eu também conheço já ha alguns anos, tocava no Destilaria do Groove e foi meu colega na faculdade de filosofia. E na batera o Gongom, baterista da Trupe Chá-de-Boldo e do Teatro Oficina, que também estudou comigo no Equipe. Enfim, todos eles muito bons músicos e principalmente amigos.



Como foi construído e escolhido o set list do projeto baseado nas composições do Nando?

O set-list teve como norte contemplar as músicas que o meu pai não estivesse tocando na atual turnê. Mesmo utilizando esse critério sobraram ainda muitos hits que as pessoas conhecem e sabem cantar. Procuramos também colocar uma ou outra faixa mais lado b, coisas que gostamos e que ele nunca consegue tocar nos shows por não serem assim tão famosas. Mas é claro, tem alguns clássicos que ele toca e que não teve como não incluirmos no repertório. Ficou um show bem bacana, está sendo muito agradável de tocar.



Qual o disco preferido para você do seu pai na carreira solo e no Titãs? Existe aquela música preferida do Nando para ti?

Olha, é difícil pois de certa maneira eu gosto muito de todos, cada um marca um momento de minha vida e me toca de forma única. O mesmo vale para as músicas. Mas nesse momento estou bem envolvido com o “12 de Janeiro”, primeiro disco solo do meu pai, pois estamos começando a levantar material pra fazer um relançamento comemorativo dele. Ontem mesmo estava ouvindo “A Menina e o Passarinho” uma música muito linda desse álbum, que tem influências de música caipira.



Coincidentemente é o primeiro show dos 2 Reis no interior? Justo aqui, ehehe ?

Pois é. Nossa família tem raízes em Jaú, meu avô nasceu aqui. Estamos muito felizes de fazer a estreia no interior “em casa”. Não poderia sem mais apropriado para o projeto: os filhos tocando as músicas do pai na cidade do avô.

Qual a lembrança  marcante que você tem de Jaú?

Fazenda Frei Galvão 

 Gosto muito de Jaú. Desde pequeno sempre vim pra cá, toda a minha memória foi moldada por essas paisagens. Meu bisavô fornecia leite pra cidade antigamente e ainda temos uma casa aí. Acho que a lembrança mais marcante é a da beleza dos campos, das construções antigas na cidade e na área rural e o cheiro da terra.

Me fale sobre o futuro dos 2 Reis? Existe algum projeto de som autoral para o grupo?

No repertório do show tem uma composição minha feita em parceria com o Marcelo Mira, cantor do Alma D’jem e parceiro de outras composições também. Aos poucos deveremos ir acrescentando outras músicas nossas, mas sem desvirtuar o projeto desse show que é fazer um trajeto pela história do meu pai. Pro ano que vem temos o desejo de gravar um EP, mas ainda estamos elaborando as ideias enquanto fazemos a turnê desse show. Começamos o 2 Reis pensando em montar uma apresentação e terminamos montando um show, uma banda e iniciando uma tour. Não sabemos bem ainda qual o futuro, mas está sendo muito boa a experiência, então acho que ela não para por aqui.



Theo, muito obrigado pela entrevista e para finalizar, o que Jaú pode esperar do show de sábado? 


Com certeza um show muito animado e com entrega total por parte da banda. Estamos mesmo muito felizes de fazer esse show e queremos dividir essa alegria com todos! Eu agradeço o convite e o espaço para a entrevista. Um abraço!






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